11 marzo, 2004

DEPUTADOS MOÇAMBICANOS VÃO A NAMPULA

2004-03-11 00:00:00
Maria José Morgado diz ser necessário apoio para investigar

O tráfico de órgãos chegou ontem ao Parlamento de Maputo, com o procurador-geral de Moçambique, Joaquim Madeira, a apresentar o balanço do trabalho desenvolvido e a pedir legislação específica. Um grupo de deputados vai deslocar-se depois de amanhã a Nampula, a pedido da Renamo, principal partido da oposição.

Joaquim Madeira apresentou o relatório já conhecido sobre as investigações, que até agora não foi conclusivo. O procurador-geral moçambicano criticou o afã dos media relativamente a este caso e pediu que seja criada uma lei que regule o tráfico de crianças, a venda de órgãos humanos de modo a tornar mais eficazes as investigações. A Renamo criticou a falta de independência da procuradoria-geral em relação ao governo e pediu a deslocação de deputados a Nampula, palco de vários raptos de crianças e assassínios, denunciadas pela Congregação Servas de Maria.

O governo português está disponível para colaborar com Maputo na investigação dos alegados casos de tráfico de órgãos naquela região moçambicana. Uma disponibilidade manifestada já pela ministra da Justiça, Celeste Cardona, que afirma não ter ainda recebido nenhum pedido formal por parte das autoridades de Maputo.

Ontem, em entrevista à Rádio Renascença, a procuradora-geral adjunta, Maria José Morgado, tipificou as redes de tráfico de órgãos, as quais, sublinhou, actuam por norma em países pobres, com ligação a países mais ricos. Sem nunca se referir ao caso concreto moçambicano, a magistrada afirma que as investigações deste tipo de crimes são complexas e exigem apoio do poder político

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