29 febrero, 2004

PELO MENOS SEIS PESSOAS DETIDAS PELA POLICIA EM NAMPULA


WAMPHULA FAX – 29.02.2004
Pelo menos seis pessoas foram até ontem detidas pela policia na cidade de Nampula, em conexão com a morte da irmã Edoraci Julieta Eger, leiga da Igreja Evangélica Luterana, de nacionalidade brasileira, ocorrida no sábado dia 21 de Fevereiro, cujo corpo sem vida e em estado avançado de decomposição, foi descoberto num dos compartimentos da sua residência, cerca de três dias depois.
Trata-se de dois guardas do prédio onde Edoraci residia e outros quatro membros da congregação Luterana de que a irmã fazia parte por, segundo as autoridades policiais, existirem fortes indícios de estarem duma ou de outra forma ligados aquele acto macabro em que os actores para tirarem vida a malograda utilizaram um martelo e aplicaram golpes contundentes na cabeça da vítima.
Xavier Tocole, director da ordem pública junto do comando provincial da PRM em Nampula disse ao nosso jornal que sobre os dois guardas, a sua detenção tem haver com o facto de não terem observado escrupulosamente o esquema de segurança montada pela malograda, para atender qualquer que fosse o tipo de visita, seja ela membro da igreja ou não.
De acordo com aquele oficial da polícia, a irmã Edoraci para atender ou receber pessoas em sua casa, a qualquer hora do dia tinha que forçosamente ter um reconhecimento dos dois guardas, pelo facto de não somente guarnecerem a sua residência que se situa no segundo andar, assim como de todo o prédio.
"Estranhamente estes dois indivíduos não somente não obedeceram este esquema, do mesmo modo que, para a polícia deviam ter desconfiado o facto de durante três dias não terem visto nenhum movimento da irmã, enquanto o carro dela permanecia imobilizado defronte do prédio, o que não era normal. Só no quarto dia é que comunicaram o "sumiço",
eventualmente por sentirem alguma responsabilidade no acto", explicou Xavier Tocole.
Em relação aos quatro membros da congregação que igualmente se encontram encarcerados nas celas da corporação, o seu vínculo com este crime é por simples facto destes terem movimentado o corpo da vítima da morgue do Hospital Central para a do Hospital Militar, horas antes das autoridades sanitárias efectuarem autopsia, uma acção que a polícia considera deliberada para ocultar as verdadeiras causas da morte da leiga.
O móbil do crime, segundo a fonte, e pelas investigações preliminares realizadas junto da Congregação Evangélica Luterana dão conta a existência de contradições entre membros desta igreja na cidade de Nampula, nalgumas ocasiões as desinteligência terem chegado a vias de facto, acrescentou o director da ordem pública da PRM em Nampula, anotando que por causa disso mais pessoas poderão recolher aos calabouços nos próximos dias.
"Ademais, tivemos conhecimento que aquela irmã ia a uma reunião nacional a realizar na Beira, para a qual tinha elaborado um relatório exaustivo das actividades da igreja em Nampula, onde se fala entre os crentes o desvio de bens e dinheiro da congregação para fins pessoas por parte de alguns membros, o que certamente os visados não queriam ver o assunto naquele encontro", disse Tocole.
O director da ordem pública reiterou ainda que este crime não tem nenhuma relação com a propalada falta de segurança que outra irmã de origem brasileira veio a público falar, depois que denunciou alegado tráfico de menores e órgãos humanos e assegurou que também não tinham relações de amizade entre ambas.
O resultado da autópsia confirma que a morte da leiga foi violenta, tendo sofrido golpes na cabeça. (x)

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